Campeã olímpica desabafa contra abusos e faz parceria com entidade

  • R7
  • 01/03/2021 07:15
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MARCELO SAYÃO/EFE/11-08-16

No mesmo dia em que John Geddert, técnico da equipe de ginástica feminina dos Estados Unidos nas Olimpíadas de 2012, cometeu suicídio, segundo a promotoria estadual do estado de Michigan, após acusação de abuso sexual contra várias jovens da equipe americana, a ex-ginasta Alexandra Raisman, a Aly, medalhista olímpica, que fazia parte da equipe, publicou um desabafo no Instagram:

"Como uma minoria dentro da equipe nacional, eu frequentemente viajava (sem os meus pais) sob a supervisão da USA Gymnastics. Os adultos 'responsáveis' incluíam John Geddert, Marvin Sharpe, Steve Penny, e Larry Nassar", declarou na última quinta-feira (25), colocando aspas no termo responsáveis, em tom de ironia.

Os escândalos envolvendo responsáveis pela equipe de ginástica americana já haviam provocado o suposto suicídio de Marvin Sharp, em 2015.

Todos os nomes citados por Aly, que já conquistou seis medalhas olímpicas, três delas de ouro, tiveram algum envolvimento com os casos de abusos. Sharp estava preso havia cerca de um mês, sob acusação de pedofilia, e foi encontrado morto em sua cela em Indiana, nos EUA, na noite de 19 de setembro.

Sharp havia sido técnico das ginastas Samantha Peszek e Bridget Sloan, da equipe americana medalhista de prata nas Olimpíada de Pequim, em 2008, e foi eleito o técnico de ginástica do ano em 2010 nos EUA. Ele era proprietário de uma das principais academias de ginástica do país.

Aly já havia, em 2017, denunciado abusos contra ela, praticados por outro citado, o ex-médico Larry Nassar. Ela iniciou campanhas públicas de combate aos abusos no Esporte. E, no início deste mês, firmou parceria com a Woodward Camp, um acampamento fundado em 1970 que visa capacitar para o Esporte e trabalhar no desenvolvimento humano das atletas, conscientizando também contra a ameaça de abuso sexuais e opressão.

"Estou fazendo uma parceria para criar um ambiente onde a segurança e o bem-estar são as prioridades e a autoconfiança, o crescimento pessoal e a diversão são os objetivos", disse ao site da entidade.

Nassar é ex-médico da seleção nacional de ginástica e foi acusado de abusar sexualmente de mais de 200 atletas ao longo de duas décadas. Ele foi condenado em 2018 a um período entre 40 e 125 anos de prisão por seus crimes.

Para Aly, o Esporte é um meio de inserção social e de autoconhecimento e não deve ser alimentado apenas pela obsessão da vitória ou qualquer tipo de sentimento de culpa.

"Nós encorajamos os ginastas a aprender novas habilidades e, mais importante, nosso objetivo é capacitar os atletas a saber que são muito mais do que seu esporte", completou.