2022: ano de Copa do Mundo congestionará ainda mais o calendário brasileiro

  • 13/01/2022 14:06
  • Futebol

O ano de 2022 promete ser desafiador para as equipes do futebol nacional. Por conta da Copa do Mundo do Catar, que excepcionalmente acontecerá entre novembro e dezembro, o calendário brasileiro está muito sufocado para a atual temporada.

Para piorar, os criticados estaduais continuam com a mesma quantidade de jogos (16) em relação ao ano passado. Como se não bastasse, o Campeonato Brasileiro, que normalmente termina na primeira semana de dezembro, precisará acabar antes do início do Mundial do Catar. Veja, na sequência, as datas das principais competições que envolvem o futebol nacional neste ano.

  • Campeonatos estaduais: começam em 26 de janeiro e terminam em 3 de abril.
  • Copa do Nordeste: começa em 22 janeiro e termina em 26 de abril.
  • Supercopa do Brasil (jogo único entre Atlético Mineiro e Flamengo): 20 de fevereiro.
  • Copa Sul-Americana: começa em 10 de março e termina em 1º de outubro.
  • Taça Libertadores da América: começa em 9 de fevereiro e termina em 29 de outubro.
  • Campeonato Brasileiro Série A: começa em 3 de abril e termina em 13 de novembro.
  • Campeonato Brasileiro Série B: começa em 9 de abril e termina em 5 de novembro.

Os efeitos de um calendário congestionado na saúde dos atletas

Foto : Pixabay

O esgotamento físico dos jogadores está longe de ser algo superficial no futebol e uma agenda inchada certamente ajuda a impulsionar ainda mais o extremo desgaste dos atletas ao longo de uma temporada.

Esse problema, muito criticado no Brasil, também afeta torneios mundo afora. José Mourinho, duas vezes campeão da Champions League e atual treinador da Roma, está entre os técnicos que reclamaram do calendário congestionado de partidas nos últimos anos. Para o português, a combinação de fadiga e menos tempo para trabalhar torna o trabalho do técnico ainda mais difícil e, consequentemente, prejudica a qualidade do espetáculo.

Principalmente na Inglaterra, tudo fica ainda mais intenso em certas épocas do ano. Existe uma tradição antiga que faz com que as equipes joguem com muita frequência no fim de cada ano, que é chamada de Boxing Day. Não é raro clubes ingleses do alto escalão atuarem cerca de dez vezes durante o mês de novembro, o que coloca os elencos no absoluto mais alto nível de exigência física e mental.

Em entrevista para o “Estadão”, o coordenador científico do Palmeiras, Daniel Gonçalves, disse que inevitavelmente os atletas de alto nível disputam jogos fadigados. Segundo ele, isso acaba gerando um impacto negativo e eleva a frequência de contusões traumáticas e não traumáticas.

Palmeiras jogou quase 100 partidas em 2021

O Palmeiras, atual bicampeão da Libertadores, foi o time que mais disputou partidas na temporada passada. Ao todo, o clube comandado pelo treinador português Abel Ferreira, entrou em campo em 91 oportunidades em 2021, representando uma média de um jogo a cada quatro dias.

Além da final da Copa do Brasil de 2020 ter sido realizada em 2021, o que ajudou a aumentar o número de jogos do time alviverde em um único ano, o Palmeiras chegou longe em praticamente todas as competições que disputou na temporada passada.

O Atlético Mineiro, atual campeão do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, também encarou um calendário exaustivo no ano passado, com 86 jogos realizados. No entanto, apesar de tantos confrontos, tanto os paulistas quantos os mineiros souberam lidar muito bem com a agenda congestionada.

Afinal de contas, ambas as equipes, ao lado do Flamengo, têm os melhores elencos do futebol sul-americano, fator que é extremamente importante para manter o grupo de atletas em boas condições e assim encarar a intensa maratona de jogos do futebol brasileiro com planejamento.

Além disso, os problemas provocados pelo excesso de jogos têm sido amenizados pelos recursos tecnológicos de que os clubes dispõem, pois auxiliam os profissionais a monitorarem periodicamente a condição física dos jogadores e, com isso, prevenir contusões. Outo fator relevante nesse contexto foi o aumento de três para cinco substituições no futebol nacional e sul-americano.