Covid-19 ou Vacina? Médicos alagoanos esclarecem problemas de saúde em atletas

  • Paulo Chancey Junior
  • 18/01/2022 07:13
  • Notícias

Desde o início da Pandemia da Covid-19, muito se discute sobre as sequelas deixadas pela doença, assim como há quem aponte a Vacina como razão de alguns problemas de saúde recentes. Diante de casos de doenças e morte de atletas espalhados pelo mundo, médicos alagoanos esclarecem dúvidas e discussões sobre o tema.

O MinutoEsportes ouviu os médicos Hélio Ribeiro, Ortopedista, Traumatologista, Pós Graduado em Medicina Esportiva e cursando Pós Graduação em Cardiologia do Esporte, como também a Infectologista Sarah Dominique.

Desde o ano passado, são recorrentes os casos de atletas de várias modalidades que apresentam problemas cardíacos, assim como outro que perderam a vida em razão da doença.

Na maioria dos casos, o problema apresentado é a “Miocardite”, que consiste na inflamação da camada média do músculo cardíaco, o famoso miocárdio, responsável direto pelo bombeamento de sangue para os órgãos. Este complexo trabalho do miocárdio de ejetar adequadamente o sangue oxigenado para o organismo é fundamental para a nutrição dos tecidos. Esta doença geralmente decorre de uma complicação de um processo infeccioso, sobretudo por vírus, que, ao atacar as células do coração, chamadas de miócitos, geram uma resposta inflamatória imediata do sistema imunológico.

“Risco de morte súbita não tem comprovação científica ligada a vacina. Elas sempre aconteceram. A temporalidade do acontecimento, não estabelece como causa o status pós-vacinal, uma vez estamos vacinando em massa, milhões de pessoas. Problemas como morte súbita, AVC e infartos, sempre aconteceram, não são eventos novos. Acaba havendo uma coincidência e não é possível estabelecer uma ligação”, afirmou a Doutora Sará Dominique, que ainda reforçou.

“Por outro lado, o adoecimento pela Covid-19 tem um risco de causar miocardite, assim como tem casos desse problema ligados a vacinação, principalmente entre o 21º e 42º dia, em população de faixa etária pediátrica e alguns adultos, mas de forma leve e  moderada. Mas, o risco vacinal de apresentar esse problema, é infinitamente menor, de 0,002%. O risco do problema é de um caso a cada 10 mil para doenças virais em geral e alguns estudos apontam para 26% em casos de Covid-19”, explicou.

O Doutor Hélio Ribeiro, que também é atleta, praticante da modalidade triathlon, esclareceu o tema e apontou principalmente para os cuidados que se deve ter nas primeiras horas pós-vacina.

“Como sequela da Covid-19 já existe comprovação da miocardite. Com relação a vacina, ainda não fizeram a correlação. Mas na minha opinião, a vacina também pode levar a esse aumento de ataques e a morte subida, por isso, é recomendado evitar exercícios físicos de 48 até 72 horas no pós-vacina”, concluiu.

Diante do debate dentro e fora dos treinos e competições, a grande maioria dos atletas tem se vacinado, mas há quem prefira adotar outra postura, não sendo imunizado, adotando outros protocolos de saúde.

Dos exemplos mais conhecidos, como o jogador de futebol Joshua Kimmich, lateral-direito do Bayern de Munique da Alemanha, que decidiu não tomar a vacina, chegando a ser afastado de algumas atividades, até ser infectado. Nas últimas semanas, talvez o caso de maior repercussão tenha sido do tenista sérvio Novak Djokovic, número um do mundo, que não tomou a vacina, já foi infectado em 2021 e foi barrado da disputa do Australian Open, primeiro Grand Slam do ano, assim como já tem aviso da organização de Roland Garros, na França, que só poderá disputar o segundo Grand Slam do ano, com o ciclo de imunização completo.