Jejum na Liga dos Campeões, pressão, novo trio: os desafios de CR7 na Juve

  • Lance
  • 18/08/2018 07:39
  • Brasil e Mundo

A contratação mais impactante dessa temporada foi, sem dúvidas, a chegada de Cristiano Ronaldo na Juventus. Depois de nove anos de Real Madrid, o craque português deixou o clube com o desejo de um novo rumo em sua carreira. CR7 escolheu a Juventus, maior campeã do Campeonato Italiano, com 34 conquistas, mas que não vence uma Liga dos Campeões desde 1996.

O português chega com o desafio de superar esse jejum e com pressão de manter a Juve no topo da Itália. Com jogadores jovens e habilidosos, além de um elenco experiente, o clube italiano tenta tirar o peso dos ombros do português. O L! conversou com jornalistas italianos para entender um pouco mais dessa pressão e das possibilidades que CR7 vai enfrentar em seu novo clube. O primeiro desafio é neste sábado, contra o Chievo, fora de casa, às 13h, pela primeira rodada do Campeonato Italiano.

Na história da Itália tiveram grandes impérios e imperadores. Na atualidade, a Juve domina, como um imperador, o Campeonato Italiano. A dinastia da Velha Senhora ganhou um novo membro real. A chegada de Cristiano Ronaldo fez que todos os olhos da Europa se voltassem para a Serie A. A expectativa e o nível aumentaram, e os torcedores ficaram em êxtase. Se sem Cristiano Ronaldo já estava fácil vencer, imagina com o melhor do mundo?

Com isso, os outros clubes do campeonato passaram a investir mais. A dupla de Milão, depois de anos, parecem estar mais focadas em montar grandes times, apesar do investimento continuar austero. O Milan trocou de comando, depois do caos econômico deixado pelo ex-presidente Yonghong Li e anunciou o retorno de Leonardo para ser diretor de futebol. Chegou Higuaín, que preferiu não disputar posição com CR7. A Inter de Milão contratou a jóia argentina Lautaro Martínez, o meia belga Radja Nainggolan e o lateral vice-campeão do mundo Vrsaljko. 

- Milan contratou Higuain e Caldara da Juventus, Inter trouxe Nainggolan da Roma e De Vrij da Lazio... Inter e Milan são os rivais históricos e graças a essas contratações penso que são os candidatos a duelar com a Juventus pelo título. O campeonato pode ficar mais competitivo, mas a Juventus continua como a favorita – disse Filippo Cornacchia, jornalista da ‘Tuttosport’

O Napoli, principal concorrente da Juve nas últimas temporadas, perdeu o treinador Maurizio Sarri, que revolucionou o futebol napolitano com seu DNA ofensivo, mas trouxe o tricampeão da Champions, Carlo Ancelotti e seu DNA vencedor. 

- Internazionale, Milan e Roma podem trazer perigo, Napoli um pouco menos. Não é certo que a Juventus vai vencer o campeonato, mas não me arrisco afirmar o contrário. É a favorita e já era sem Cristiano Ronaldo e continua sendo com o português – comentou Filippo Conticello, jornalista da ‘Gazzetta dello Sport’

A chegada do craque português aumentou o nível da competição, que voltou a aspirar os tempos de glória que teve nos anos 80, 90 e 2000. Apesar dos reforços dos adversários, a Juve continua favoritíssima ao título, mas ter o melhor jogador do mundo traz uma pressão, que o clube não teve nos últimos anos. Ora, são sete anos seguidos vencendo, imagina se agora, com Cristiano Ronaldo, perder? 

Se tem a pressão para vencer o Italiano, para vencer a Champions é maior ainda. Nas últimas temporadas, sob o comando de Massimiliano Allegri, a Juve bateu na trave algumas vezes e frustrou seus torcedores. Em 2014/15, perdeu a final para o Barcelona, por 3 a 1. Na temporada seguinte, eliminação nas oitavas de final, para o Bayern de Munique.

Em 2016/17, mais um vice: derrota para o Real Madrid, por 4 a 1, com dois gols de Cristiano Ronaldo. Na última temporada, mais uma eliminação para os Merengues. Agora, nas quartas de final. Depois de vencer por 3 a 1, perdeu o jogo de volta por 3 a 0, com Cristiano Ronaldo marcando três dos quatros gols dos dois jogos. 

- O problema da Juventus é a Liga dos Campeões, que não vence há 22 anos. Existe uma espécie de obsessão, angústia em torno da competição. Esse é o verdadeiro objetivo da temporada e o motivo da chegada de Cristiano Ronaldo. O português não chegou para vencer a Serie A, mas o principal torneio europeu – analisa Filippo Conticello