Resultado das eleições afeta nomes que historicamente apoiam a CBF. Xadrez político fica incerto

  • ExtraOnline
  • 09/10/2018 07:00
  • Brasil e Mundo

O resultado das eleições de domingo afeta a formação da chamada bancada da bola. Tanto parlamentares que historicamente apoiam as causas da CBF quanto outros políticos que são vozes contra a entidade se viram surpreendidos por derrotas nas urnas. Assim, o xadrez político que envolve o futebol ganha componentes imprevisíveis nos próximos anos.

A vitória de Marcelo Aro (PHS-MG), reeleito para o segundo mandato de deputado federal, é ponto fora da curva. Ele é diretor de relações institucionais da CBF e irmão do presidente da Federação Mineira, Adriano Aro.

O padrão de derrotas políticas dos dirigentes tem como caso significativo o do vice-presidente da CBF, Marcus Vicente (PP-ES), que não conseguiu a reeleição para deputado federal, apesar dos 44 mil votos. Ele está no fim do quinto mandato. Vicente chegou a presidir a CBF por um mês, durante licença de Marco Polo Del Nero em dezembro de 2015, e continuará na gestão da durante o mandato de Rogério Caboclo, que começa em abril.

Outros apoiadores históricos da CBF engrossam a lista. O presidente da Federação Amapaense, Roberto Góes (PDT-AP), não só não conseguiu os votos necessários para obter mais um mandato na Câmara como também está enrolado com a candidatura sub judice. Jovair Arantes (PTB-GO), deputado desde 1995, já sabe que não continuará em Brasília. O mesmo vale para Rogério Marinho (PSDB-RN). O potiguar, ex-dirigente do ABC, é relator da Lei Geral do Futebol, que ainda tramita no Congresso.

Além deles, o atual deputado federal Sarney Filho (PV-MA) tentou o Senado. Irmão de Fernando Sarney, um dos vices da CBF, ficou em terceiro e não conseguiu.

Cenário com algumas ‘vitórias’ da CBF

Ao menos na estratégia política da CBF em Brasília, foi importante a reeleição de Renan Calheiros (MDB-AL) como senador. Alagoas é o mesmo estado do vice-presidente da entidade, Gustavo Feijó, prefeito de Boca da Mata.

Além disso, Renan tem boa relação com Vandenbergue Machado, diretor de assessoria legislativa da CBF, que é famoso por fazer lobby entre os congressistas para que apoiem interesses de quem comanda o futebol brasileiro. Segundo Romário, Renan agiu para atrasar os trabalhos da CPI do Futebol.

Na próxima legislatura, é interessante para a CBF a ausência do deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ). Ele foi relator do Profut e deu munição para uma ação civil pública que questiona a assembleia geral da CBF que alterou o estatuto, dando peso três ao voto das federações estaduais nas eleições para presidente da entidade.

O ex-judoca João Derly (Rede-RS) é outro deputado que fazia coro contra a CBF e não se reelegeu.