Há uma semana, Hendrick desembarcava no Rio de Janeiro para iniciar uma trajetoria nas categorias de base do Vasco. Após se destacar na Copinha pelo Manthiqueira-SP, o atacante foi contratado para um período de testes no Cruz-Maltino, mas foi desligado pelo clube nesta terça-feira.

- O Vasco me dispensou com uma semana. Treinei três dias e isso é brincadeira comigo, sou profissional. Não foi por futebol não, foi trairagem mesmo. Monitor falou que eu disse umas besteiras para ele, mas eu não falei. É muita gente preconceituosa nesse mundo, por eu ser da favela, falar gírias e das tatuagens. Aí fazem safadeza para atrasar as pessoas. Acabaram com o sonho de um moleque - afirmou.

O Vasco, por sua vez, nega a história do atacante e afirma que Hendrick foi desligado nas categorias de base antes do tempo previsto por uma questão técnica e por não conseguir se adaptar às regras do alojamento do clube. Veja a nota divulgada pelo Vasco.

"O Club de Regatas Vasco da Gama esclarece que a dispensa do atleta Hendrick foi motivada, exclusivamente, por questões disciplinares e técnicas. O atleta teve problemas para se adaptar às regras de hospedagem do Clube e, durante o período de testes, não apresentou desempenho satisfatório na avaliação da comissão técnica. O tratamento concedido a Hendrick, cabe ressaltar, foi o mesmo dado a todos os jovens que buscam uma oportunidade com a camisa cruzmaltina. Pioneiro na luta pela inserção de pobres e negros no futebol, o Vasco da Gama reafirma o compromisso com a sua própria história, a mais bonita do futebol, e sua luta contra qualquer tipo de preconceito. Diante do exposto, o Clube lamenta que o atleta tenha se precipitado na avaliação dos motivos da sua dispensa."