O São Paulo passa por dificuldades dentro e fora de campo. Se está difícil o Tricolor exibir um bom futebol, parece ainda mais improvável uma tabelinha de sucesso entre os dirigentes do clube do Morumbi. Por exemplo, Roberto Natel, vice-presidente, e o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, não falam a mesma língua há tempos.

“Ele [Leco] disse que não podia cumprir o que tinha prometido na eleição. Desde o segundo mês que venho o combatendo internamente, sempre discutindo com o Conselho Deliberativo e o Conselho de Administração, mas chegou ao momento que a torcida está tão desesperada, que estão achando que estou junto, peço desculpas por ter elegido o Leco, me arrependo amargamente, porque é uma pessoa que não escuta as pessoas”, afirmou em entrevista ao BandSports News.

“Ele jamais me chamou para uma reunião, jamais me chamou para me representar o São Paulo”, completou.

Apesar da pressão, Natel declarou que não vê a possibilidade de Leco sofrer um impeachment: “Não há possibilidade de fazer impeachment do presidente, você tem que ter 75% a favor, não tem essa possibilidade, temos que fazer o Leco entender que ele precisa escutar as pessoas, não fazer pela cabeça dele, ele não usa planejamento”.

“Em vez dele trazer profissionalismo que foi o que ele prometeu na candidatura, ele colocou conselheiros como diretores, tudo o que foi colocado [prometido], ele não vem fazendo”, adicionou.

O vice-presidente acredita que o São Paulo se deixou de levar pela “soberania” estabelecida no futebol brasileiro na primeira década dos anos 2000. “Éramos referência, tínhamos que continuar. Hoje temos que parar, refletir, olhar nossos concorrentes e copiar. Vamos consertar, parar com isso de soberano, vamos trabalhar, fazer acontecer, olhar para o futebol, nós vendemos é paixão”, pontuou.