Argentina e Espanha decidem Mundial de basquete marcado por queda de grandes estrelas

  • ExtraOnline
  • 13/09/2019 18:31
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O inglês e o francês caíram. A língua da final do Mundial de Basquete é o castelhano, e com o refino requintado da experiência. Liderados pelos veteranos pivôs Luis Scola e Marc Gasol, Espanha e Argentina decidem quem fica com a medalha de ouro na competição neste domingo, às 9h, com transmissão do Sportv. Mais do que a experiência, a final ressalta a sobreposição do coletivo sobre o individual, em torneio que teve equipes estreladas caindo uma por uma.

O confronto carrega uma história de dois titulos mundiais (Argentina, em 1950, e Espanha, em 2006) e um ouro olímpico dos hermanos, em Atenas-2004.

No início do Mundial, muito se discutiu sobre o time alternativo dos Estados Unidos. Afinal, seria possível ganhar ou ao menos chegar longe com tão poucos jogadores de destaque na NBA? A resposta foi dada pela Argentina: sem um atleta sequer da liga americana, os hermanos chegaram à decisão invictos, combinando muito talento com experiência e forte jogo ofensivo: é o terceiro melhor ataque da competição.

Na vitória desta sexta-feira, sobre a França (88 a 66), o destaque foi interminável veterano Luis Scola, com um excelente duplo-duplo de 28 pontos e 13 rebotes. Triunfo de um jogador de renome Mundial que, aos 39 anos, se recusa a encerrrar a carreira em baixa, dedicando-se cada vez mais ao esporte. Aos olhos de Manu Ginóbili e Kobe Bryant, Rudy Gobert, pivô francês destaque da NBA, que ajudou a derrubar os americanos, ficou pelo caminho do argentino. O fortíssimo time da Sérvia também já havia sofrido nas mãos dos hermanos, nas quartas.

Mais do que Scola, a Argentina tem dois grandes talentos no perímetro. Armadores, Laprovittola e, principalmente, Facundo Campazzo, ditam o ritmo do veloz e ofensivo basquete argentino. O segundo tem a terceira maior média de assistências por partida — distribui, em média, 7.7 a cada jogo.

— Para bater um time como a França, estavamos cientes que tínhamos que defender bem, jogar conforme nossa identidade, e fizemos isso. Sabíamos que eles eram um grande time ofensivo, mas poderíamos pará-los. Foi o que nos deu confiança para jogar bem no ataque, e nossos arremessos caíram — disse Campazzo, após o triunfo desta sexta.

Confiança em coadjuvantes na Espanha

Do lado espanhol, dois grandes jogadores da NBA são os expoentes de uma equipe eficiente e resiliente. É impossível negar a liderança técnica do armador Ricky Rubio: dono de um basquete cheio de classe e ao mesmo tempo agressivo, o jogador do Utah Jazz, da NBA, é o líder em pontos (15.9) e assistências (6.4) por jogo do time. Na semifinal desta sexta-feira, contra a Austrália, distribuiu incríveis 12 assistências e fez 29 pontos, em partida de duas prorrogações.

Nono maior pontuador do Mundial, Rubio se completa com o pivô Marc Gasol (13º), atual campeão da NBA com o Toronto Raptors. Aos 34 anos, o jogador alternou grandes jogos e partidas em que passou apagado, mas serviu, quase sempre, como rocha protetora e bola de confiança no garrafão da equipe, nas duas pontas da quadra. Chega à final com a segunda melhor média de pontos da equipe (14.4), após marcar 33 contra os australianos.

— Eu sabia que me comprometer com a seleção nesse verão não seira fácil fisicamente, até por ter a sorte de esticar nossa temporada até o fim e ser campeão. Mas vale muito a pena, e não apena porque chegamos à final, mas também pela responsabilidade de passar esse comprometimento à frente, essa lealdade à equipe. Esses valores nos foram ensinados há muitos anos pelos jogadores mais velhos. Agora, é a nossa vez de passar esse legado à próxima geração — avaliou Gasol, após grande embate na semifinal.

A equipe tem, ainda, Juancho Hernangomez, pivô do Denver Nuggets e terceiro melhor pontuador espanhol (média de 10.4 por jogo). Além dos que atuam no basquete americano, a espinha dorsal da equipe é formada por atletas dos gigantes espanhóis Barcelona e Real Madrid. Dos merengues, vêm jogadores como o ala Rudy Fernández (7.3 pontos por jogo) e o pivô Victor Claver (9.4), enquanto o armador Sergio Llull, do Barça, tem média de 9.9. Para a Espanha, pontuar mesmo durante períodos de rotação não é problema, portanto.

Fim de semana tem disputa de terceiro lugar e EUA em quadra

Além da decisão, o final de semana terá outros três jogos da competição. No sábado, Estados Unidos e Polônia duelam a partir das 5h para definir o 7º lugar. Mais tarde, às 9h, Sérvia e República Tcheca brigam pela quinta colocação. No domingo, às 5h, é a vez de França e Austrália disputarem o Bronze.