Ex-atleta e agora gestor, Yohansson Nascimento defende a causa do esporte Paralímpico

  • Paulo Chancey Junior
  • 20/01/2021 09:40
  • Futebol

A maioria dos ex-atletas concordam que morrem duas vezes. A primeira quando param de atuar profissionalmente e a segunda quando partem dessa para outra vida. Nesse caso, o ex-paratleta alagoano e destaque à nível nacional e internacional, Yohansson Nascimento, parece ser um pouco diferente. Isso porque, ele pendurou as sapatilhas das pistas de atletismo em 2020, mas se fortaleceu, agora como gestor, vice-presidente eleito do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), prometendo defender a causa esportiva e beneficiar a nova geração do esporte paraolímpico do Brasil.

Aos 33 anos, Yohansson encerrou a carreira como atleta depois de 15 anos de atividades. Entre 2005 e 2020, foram centenas de competições, com destaque para a conquista de seis medalhas Paralímpicas, nove Parapanamericanas e três campeonatos mundiais.

Agora, o alagoano integra o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), como vice-presidente da gestão do presidente recém-eleito, Mizael Conrado do futebol, que ainda tem Edênia Garcia da natação como Presidente do Conselho Fiscal. Dessa forma, a diretoria pela primeira vez tem apenas ex-atletas paralípicos.

Em entrevista ao CadaMinuto Press, Yohansson destacou a transição das pistas para o gabinete e ressaltou que não se considera triste diante da mudança. “Foi uma decisão bem difícil de ser tomada. Mas não fiquei triste, porque sabia que estaria no meio do esporte paraolímpico e poderia fazer muito mais pelo esporte que sempre defendi”, afirmou o agora gestor, que reforçou os motivos que o levaram a decidir pela gestão esportiva.

“Esse interesse surgiu de poder retribuir tudo que o esporte fez por mim. Muita coisa aconteceu na minha vida, de ser exemplo de superação e esportivo para os brasileiros, os alagoanos. Com isso, quero usar minha experiência de vida e no esporte em benefício da nova geração”, destacou.

“A ideia de gestão é fazer com que o atleta, desde a base, ela tenha toda estrutura para iniciar o esporte. Se mantendo em condições de treinamento, até chegar a uma medalha de ouro Paralímpica, que é o sonho de todos. Já estamos implementando aqui no CPB, centros de referência em cada Estado do Brasil e não apenas em São Paulo. Assim como os atletas do sudeste contam com toda estrutura, que as demais regiões, estados e cidades possa contar com toda estrutura”, reforçou.

Tão perto e tão longe de Alagoas!

Alagoano de nascimento, destacado em nível nacional e internacional, Yohansson vem competindo há anos pelo Estado de São Paulo, onde reside inclusive. Apesar da distância, o gestor está sempre se mantendo informado do cenário esportivo no seu estado de nascimento.

“Posso ficar anos aqui em São Paulo, mas estarei sempre acompanhando o esporte em Alagoas. Tem muita gente boa, de diversas modalidades esportivas. Parabenizo o Governo do Estado por exemplo, que mantém o programa Bolsa Atleta Alagoas, para que o desportista possa ter a concentração necessária para manter os seus custos básicos na sua modalidade”, disse.

A carreira de Yohansson foi dividida entre Alagoas e São Paulo. Entre 2005 e 2011, em terras natais e a partir daí, até 2020, em terras paulistas. “Desde que estou aqui, recebi o apoio do “Time São Paulo”, ganhei várias medalhas, sempre carreguei as duas bandeiras e vou trabalhar pelo esporte no país, mas quero que Alagoas acompanhe esse ritmo. Pretendo levar iniciativas para Alagoas. Temos grandes nomes como Bruno Lins, Marivana, Bruna Jéssica, a Marta. Independente de modalidade, nosso Estado é um celeiro de grandes nomes e devemos trabalhar para potencializar essas qualidades”, finalizou.