As experiências ruins com as SAFs em outros países; o que devemos aprender

  • 20/04/2022 10:26
  • Notícias
Fonte: Unsplash

 

Um dos assuntos mais em alta do ano passado para cá do mundo dos esportes, certamente, é a Lei da SAF. Afinal, por causa dela, os times de futebol podem se tornar clubes-empresa como Sociedade Anônima do Futebol.

Antes de tudo, é importante saber que a lei garante não só a possibilidade de compra de times por iniciativas privadas. Ela oferece condições especiais, como empresas de outros ramos, no pagamento de dívidas, créditos e muito mais. Mas tudo deverá acontecer de forma transparente, de maneira diferente do que acontece nas associações civis tradicionais.

Aliás, por ser um assunto ainda muito novo, o site esporte bet Betway dedicou um post completo sobre o assunto. Para além da lei que regulamenta o investimento e busca a profissionalização do futebol brasileiro, o que devemos aprender com isso?

Será que só existem benefícios em uma Sociedade Anônima do Futebol? Bom, segundo o artigo da Betway, publicado em seu blog de palpites no Brasileirão, a resposta é: depende de como a gestão será feita. Certamente, injetar dinheiro não será suficiente se não houver um bom gerenciamento no clube.

A prática é muito comum em diversos países e muitos times já se tornaram clubes-empresa, permitindo a compra por investidores. Exatamente por isso, é possível prever o que é possível dar certo e o principal: o que pode dar errado.

 

O que observar nos clubes-empresa fora do Brasil

 

Quando pensamos em uma Sociedade Anônima do Futebol, pensamos no que ela se torna: uma empresa. Portanto, os investidores devem estar cientes da situação do clube, do que pretendem fazer com ele e de como isso será feito.

Cabe ressaltar que um clube-empresa bem sucedido não necessariamente é um clube campeão. Controverso? Talvez. Foi exatamente o que aconteceu com o antigo proprietário do Newcastle, Mike Ashley, que teve lucro ao vender suas ações. Não teve grandes campanhas, não investiu no desenvolvimento do time, mas ainda saiu na vantagem na venda de sua parte.

Mas agora vamos mostrar um caso contrário, de um investidor brasileiro que já foi ídolo do nosso futebol. Ronaldo Nazário comprou recentemente 90% das ações do Cruzeiro, sendo sua terceira transação. No entanto, este não é o primeiro clube que recebeu o investimento de Ronaldo Fenômeno.

Seu primeiro investimento foi no time norte-americano Fort Lauderdale Strikers, em 2014. Poucos anos depois, o clube declarou falência. Portanto, o dinheiro que ele e outros investidores injetaram não foi suficiente para salvar o time de um cenário terrível.

Entretanto, o Valladolid, embora não esteja em sua melhor fase, teve grandes evoluções desde a sociedade de Ronaldo. Investidor desde 2018, o Fenômeno viu o clube disputar na elite do futebol espanhol (La Liga). Mas o pouco investimento na última temporada fez o time retornar à La Liga 2, mostrando que a boa gestão é extremamente importante.

 

Pontos de atenção no Brasil

 

Um ponto levantado pelo artigo da Betway foi sobre a elaboração da lei, que pode dar margem a brechas jurídicas. Isso, segundo especialistas no assunto, indica possibilidades de problemas futuros sobre o cumprimento correto da lei. Além disso, detalhes essenciais para a melhor regulamentação possível da lei foram deixados de lado.

Justamente por esse motivo, as transações já podem começar de uma maneira um tanto controversa. Por exemplo, os investidores podem fazer diversas promessas para saldar a dívida do clube que pretende comprar ao longo de muitos anos. Mas não há uma investigação sobre como isso será feito ou mesmo sobre os compradores.

Pensando em como tudo acontece atualmente, com grandes clubes com dívidas astronômicas, é difícil imaginar outro cenário. Ainda que tudo deva acontecer de maneira transparente, uma Sociedade Anônima do Futebol pode declarar falência como qualquer empresa.

Então, como estamos falando ao longo deste artigo, é essencial que junto com as transações, exista um bom planejamento. Ser apenas um entusiasta e amante do futebol não é necessário para garantir o sucesso de um clube-empresa. É preciso entender como funciona o futebol, o time e o que se pretende com ele.

O que tem que mudar no futebol brasileiro, além da lei em si, é a forma como a gestão dos clubes acontece. Caso contrário, será trocar “seis por meia dúzia” e a profissionalização que se busca com a SAF, cairá por terra.